O “para sempre” só é bom enquanto dura, enquanto existe
permanência. “Para sempre” só é bom enquanto seu coração se aquece e o sangue
pulsa numa velocidade incontrolável. “Para sempre” só é bom enquanto existe
“para sempre” o suficiente para que as mãos continuem dadas na calçada ou no
supermercado.
Existe “para sempre” na memória, no corpo, na pele, no aroma
e na vontade que não vai embora. E fica tudo por isso mesmo, sem volta, sem
toque, sem lábio, sem umidade, sem seu corpo molhado. Pois, só existe “para
sempre” em meu querer, no desejar, na esperança que é a única que morre.
Nada de realmente bom acontece quando você não está lá,
quando ainda não chegou, porque realmente nunca vai chegar; e nada de realmente
bom acontecerá. Os caminhos para casa serão sempre nebulosos, confusos como os
motivos do distanciamento e da indiferença.
Enquanto isso, no peito bate uma saudade, não um coração; e
nas veias correm lágrimas; e nos olhos brilham lembranças; e no corpo o abraço
que falta toda noite. E tudo está perdido.
12 de maio de 2018
______
Siga o escritor Marco Buzetto nas
redes sociais: Facebook. Instagram, Twitter.
Nenhum comentário:
Postar um comentário