É como se tudo o
que eu dissesse ou fizesse fosse em vão. Tudo vago. Um punhado nunca
compreendido de coisas vagas que só trarão nostalgia para mim no futuro. Apenas
para mim e ninguém mais. Possivelmente, um monte de coisa sem sentido quando
contadas. Contar, talvez para me redimir de alguma coisa. Talvez para me
vangloriar e alguém dizer algo do tipo “poxa vida, isso foi bonito da parte
dele”.
Mas não é assim que
a banda toca. Não é essa a afinação nem a harmonia, e a letra também é outra.
São tantos gestos,
tanta mímica. Uma dança sem ritmo e sem fim. São tantas palavras que saem desta
minha boca... a grande maioria provavelmente nunca será ouvida, quem dirá
lembrada. E a nostalgia de mim mesmo. Saudade do que houve pela vontade de
querer transformar novamente o que houve para transformar o que existe agora.
Nada.
Transformação.
Nostalgia. Uma realidade vaga, inconsistente, nebulosa.
E eu que era tão
bom com as palavras. Talvez tenham saído da minha boca muito mais do que o
necessário. Dê uma arma de fogo a um macaco... quem sabe ele se saia melhor do
que eu com as palavras que não me custam nada, além da solidão, da
inconsistência, da realidade vaga e nebulosa.
30 de abril de 2018
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