foto: ©2014 Acervo do autor |
"Ser escritor é uma das coisas mais patéticas que eu poderia fazer. Às vezes me sinto com vergonha (por causa da minha timidez) quando alguém me reconhece ou para pra conversar comigo, me chamando de escritor. Não foi minha primeira (e única) escolha. Deveria ter sido músico profissional; ou uma profissão que alguém respeitasse. Sou um escritor frustrado". - Marco Buzetto, 2010.
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Crônica 38
Aske VII
Hoje resolvi fazer uma coisa que há
muito tempo mantive vontade, mas nunca, realmente, tive coragem.
Há bastante tempo me despedi de uma
pessoa importantíssima em minha vida. Uma pessoa que me fez aprender muito, em
pouco tempo. Afinal, dois anos são apenas uma piscada. Muitas lembranças
maravilhosas permaneceram em mente, e tantas outras em meu criado-mudo, outras
em uma caixa azulada ganhada de presente.
Tenho prazer em manter seu semblante em minha mente, e não quero, absolutamente, me esquecer das coisas boas; e também das ruins. Mas, tinha uma vontade ensurdecedora gritando em minha cabeça, me dizendo para dar um fim em tudo o que era físico que me fizesse lembrar aquele rosto, sorriso e carinho. Daí o fogo. Foi como tudo virou um passado evaporado, esfumaçado, que subiu aos céus e me livrou de um pensar faminto, que comia minhas veias e não deixava o sangue cumprir sua jornada. Queimei tudo o que era físico, e que fazia sua presença permanecer sempre ali, aqui, que seja... Em qualquer lugar. Não que, com isso, eu me esqueça de alguma coisa; mas agora quando olho ao redor, sei que o que vejo é uma imagem diante dos meus olhos: corpo, forma, voz, olhar. Não chego mais do trabalho todos os dias fazendo o mesmo ritual: abrir aquela caixa novamente e ver tudo o que restou, ler todas as palavras belíssimas escritas e sentidas, aquela foto eterna, desenhos, fios de cabelo intermináveis, entre outras coisas ainda mais íntimas.
Tenho prazer em manter seu semblante em minha mente, e não quero, absolutamente, me esquecer das coisas boas; e também das ruins. Mas, tinha uma vontade ensurdecedora gritando em minha cabeça, me dizendo para dar um fim em tudo o que era físico que me fizesse lembrar aquele rosto, sorriso e carinho. Daí o fogo. Foi como tudo virou um passado evaporado, esfumaçado, que subiu aos céus e me livrou de um pensar faminto, que comia minhas veias e não deixava o sangue cumprir sua jornada. Queimei tudo o que era físico, e que fazia sua presença permanecer sempre ali, aqui, que seja... Em qualquer lugar. Não que, com isso, eu me esqueça de alguma coisa; mas agora quando olho ao redor, sei que o que vejo é uma imagem diante dos meus olhos: corpo, forma, voz, olhar. Não chego mais do trabalho todos os dias fazendo o mesmo ritual: abrir aquela caixa novamente e ver tudo o que restou, ler todas as palavras belíssimas escritas e sentidas, aquela foto eterna, desenhos, fios de cabelo intermináveis, entre outras coisas ainda mais íntimas.
Fiquei olhando o fogo a queimar
tudo aquilo que parecia me fazer mal por conta de sua presença. E repito, quero
apenas sua memória. Isso sim me ajuda. Isso faz de mim uma pessoa melhor,
talvez. Talvez eu seja uma criança-problema... Ou apenas aquele velho e bom
degenerado. Mesmo assim, valeram todos os ótimos momentos, sejam eles bons ou
(quase nunca) ruins. Você sabe que estou falando de você. E que isso fique entre
nós, registrado para todos que não fazem a menor ideia, mas sabem como são
estas coisas. Ironicamente me sinto mais leve, mais tranquilo... Finalmente em
liberdade.
Ah!, Contradição. Eu te amo. Sempre
te amei. Mas ainda quero me ver livre de você.
Afinal, a quem estou enganando?
sábado, 4 de setembro de 2010
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