Ensaio
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Marco
Buzetto é escritor, professor
graduado em História e pós-graduado em Filosofia aplicada à Educação pela
Faculdade São Luis de Jaboticabal-SP.
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Palavras-chave: Populismo; América Latina; Revolução Mexicana;
Estado Populista; Fenômeno Populista.
Resumo:
No decorrer destas páginas, tem-se como objetivo
analisar o texto A Formação do Estado Populista na América Latina, do autor
Otavio Ianni, levando em consideração fatores importantes relatados por Héctor
Alemonda no texto A Revolução Mexicana.
Pretende-se apresentar comparações necessárias que
estes dois autores demonstram sobre temas que abordam classes, partidos e
representações políticas em um grande processo de transformações e modificações
ao decorrer dos séculos XIX e XX; expondo os fatores e intenções ocultas na
política utilizada por Porfírio Díaz, Emiliano Zapata, Madero, De la Barra , Pancho Villa,
Venustiano Carranza, Lázaro Cárdenas
entre outros homens que chegaram ao poder sobre solo latino, que utilizaram de
sua simpatia, gerando o próprio efeito populista, seu poder oligárquico,
militar e ditatorial para garantir sua ascensão ao poder.
Introdução
Para começar, devemos apresentar o
cenário de discussão que pretendemos atingir. Este é a América Latina, nas
décadas de 1920, 30 e 40. A
política utilizada neste processo é a democracia. No entanto, esta está
fortemente envolvida em um modo representativo e grosseiramente repressivo.
Ao longo dos estudos formulados sobre
políticas e medidas de dominação na América Latina o populismo está fortemente
presente, sendo um fenômeno comumente estudado por especialistas nesta área.
Existindo, também até hoje, grandes estudos sobre o tema, que remetem a
partidos políticos, movimentos insurgentes de massas, e grandes líderes
partidários e suas ideologias. Estudos ligados a outros problemas políticos
também trazem à tona o populismo latino-americano. Este fenômeno parece ser e
estar frequentemente presente nos anais político-partidários em todo o globo
(ainda que menos estudados e visíveis).
Podemos afirmar que a passagem do Estado
oligárquico para o populista está atrelado a idéia de ruptura, pois o segundo tipo de governo é incontestavelmente
antiimperialista, pois são mais favorecidos ao desenvolvimento nacional do que
atrelados a políticas exteriores (no entanto, este pensamento leva a maiores
índices de dividendos para a nação, criando maior acúmulo de capital
econômico); neste gênero demonstram a passagem de sociedades arcaico-rurais,
tradicionais, para sociedades urbanizadas e industrializadas, visando a
modernização do Estado. Discutimos, por meio destes fatos, estudos sobre a representação
relativa entre elite-massa, carisma-demagogia, democracia-autoritarismo,
populismo-fascismo e outras características visíveis ou ocultas.
Cunhado sobre uma forma oculta, o
populismo exprime intenções constantemente modificadas, mesmo que sua base seja
a mesma durante determinados períodos de governo. Mudam-se os termos, os
domínios, as teorias e as influências; mudam-se os nomes, as pessoas, os
líderes e por vezes até mesmo os países. Mas uma coisa que nunca muda, é o
alvo, o foco, o caráter peculiar que envolve todos os grupos e classes sociais
fragilizados durante processos anteriores ao populismo (que dizem respeito à
visão do Estado oligárquico), e o que este utiliza desta fragilizada
organização à seu proveito, para melhor fomentar suas intenções e gerar ainda
mais dominação perante os indivíduos, atuando na economia, na sociedade,
cultura, comportamento, e por várias vezes afastando até mesmo os movimentos
religiosos de seu território, fazendo com que o povo torne-se castrado perante
o sistema de governo vigente.
Não somente os países latino-americanos
tiveram sua experiência populista, pois também a Europa viu-se fortemente
inundada por semelhantes personagens, os quais fizeram com que o povo os
acreditasse, movendo-os em larga escala às lutas partidárias.
O Brasil também gerou seu próprio líder
populista, na figura de Getúlio Vargas, que durante os anos de Segunda Guerra
Mundial, por afinidade aos ideais nazistas, até mesmo se filiou à Alemanha da
época, garantindo, assim, sua personificação perante o povo, que instigadamente
(e também repressivamente), o apoiava – existindo, obviamente, outros fatores
decisivos para esta representação simbólica perante o povo.
Até hoje, então, observamos que fenômenos
como o cardenismo no México, o peronismo na Argentina e o varguismo no Brasil
são constantemente estudados por vários estudiosos políticos, historiadores,
sociólogos e até mesmo psicólogos, que procuram uma melhor compreensão ao redor
destes fatos e ideologias exclusivamente personificadas, as quais atuam
favoravelmente aos ideais de governo que pretende, por conseqüência, o domínio
da sociedade por meio do poder estatal.
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