Um incômodo também existente na vida das pessoas – e não estou falando
das mulheres, mas isto também faz parte de sua natureza – é a covardia presente
no olhar e na fala de cada um. Antes de conseguir, por exemplo, darem início a
uma mísera conversa sobre um problema atual, um fim de relacionamento,
casamento, demissão, que seja, antes de chegar-se ao fato em si, é construída
toda uma história teatral, ou metáforas, ou contos sem nenhum tipo de lição de
moral previamente determinado e com o menor sentido ao fato discutido. Quero
dizer: porque esta covardia toda? Por qual maldita razão as pessoas não
conseguem ser verdadeiras e diretas umas com as outras, e estas, por sua vez,
não levem tudo para o lado pessoal, sabendo aceitar ou criticar, mas sem
violência verbal? Porque é tão difícil para estes cretinos humanos utilizar-se
de sua razão apenas, principalmente em momentos nos quais esta é fundamental?
Quando tudo tem sua obrigação de ser resolvido com a razão, e não com o maldito
coração. Porque a covardia senhoras e senhores? O medo é real? Medo de quê? De
si mesmos? Do corpo coletivo de ignorâncias e limitações? Ou seja: novamente,
medo de si mesmos? Quem é a maldita vaca, ou o maldito pasto?
A pergunta maior desta nona parte: porque o suicídio intelectual?
Nenhum comentário:
Postar um comentário